A polícia reforçou nesta quarta-feira a ofensiva contra os atos de violência cometidos por traficantes em vários pontos do Rio de Janeiro, com operações em 27 favelas que deixaram ao menos 14 suspeitos mortos, informou a Polícia Militar.
Segundo balanço da PM, morreram 21 pessoas em confrontos com a polícia desde domingo, quando foi deflagrada a onda de ataques a veículos e alvos policiais na cidade e região metropolitana.
Ao menos 29 veículos foram incendiados nas ruas, incluindo ônibus, carros e uma van, e três cabine policiais foram alvejadas por disparos, disseminando pânico entre a população.
Nas operações realizadas nesta quarta, com mais de mil policiais nas comunidades, oito suspeitos foram mortos nas favelas Guaxá e Jardim Floresta, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e outras seis mortes ocorreram na zona norte da capital fluminense. De acordo com a polícia, os suspeitos estavam armados.
Durante uma incursão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na Vila Cruzeiro, na zona norte, uma adolescente de 14 anos foi atingida por uma bala perdida dentro de casa e morreu no hospital, informou a Secretaria de Saúde do Estado.
No Morro da Fé, uma das favelas do Complexo do Alemão - onde se concentra um grande número de criminosos, também na zona norte - dois policiais foram levemente feridos por disparos e encaminhados para um hospital. Segundo a PM, eles passam bem.
Vinte e cinco pessoas foram presos por suspeita de ligação com a onda de violência, e foram apreendidas várias armas, incluindo seis fuzis e uma submetralhadora, disse a polícia.
No total, mais de 100 suspeitos já foram presos ou detidos por ligação com os ataques.
A Polícia Militar, que colocou 17.500 homens de prontidão em função do atual momento, prometeu continuar com as ações enquanto for necessário para cessar os ataque.
"Amanhã nós continuaremos com as operações de incursões, nós faremos comboios patrulhando as ruas da cidade, permanecemos com as blitzes nas ruas ... e teremos policiamento embarcado em ônibus na zona norte", disse a jornalistas o porta-voz da PM, tenente-coronel Lima Castro.
"Vamos ficar o tempo que for necessário com a capacidade máxima", acrescentou.
"TENTATIVA DESESPERADA"
Autoridades da área de segurança consideram que essas ações violentas são uma resposta à nova estratégia implementada na capital com as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), que provocaram a saída de chefes do tráfico de favelas onde esse tipo de policiamento foi instaurado. Acuado e forçado a deixar algumas áreas da cidade, o crime organizado estaria reagindo.
"É uma tentativa desesperada de enfraquecimento da nossa política de segurança", disse o governador Sérgio Cabral em entrevista à rádio CBN nesta quarta.
"É uma situação de desespero, e nós não vamos nos desesperar. Esse é o meu apelo à população, mantenham a calma, mantenham a tranquilidade. O que eles querem é o pânico. Tudo que o marginal quer é provocar o pânico, que a sociedade recue. Mas não vamos recuar", acrescentou.
A implantação das UPPs em 15 das centenas de favelas espalhadas pela cidade é considerada o maior avanço na área de segurança pública da capital fluminense nos últimos anos, e a medida foi inclusive citada pelo Comitê Olímpico Internacional como um exemplo de que a cidade será segura para a Olimpíada de 2016. O Rio também será palco central da Copa do Mundo de 2014.
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